A Filosofia Existencialista de Jean-Paul Sartre surgiu no século XX na França, tendo por base diversas influências como as contribuições de Husserl, Heidegger, Kierkegaard, Nietzsche, Hegel, entre outros e se constituiu enquanto uma força expressiva no contexto tumultuado da 2ª Grande Guerra, sendo amplamente reconhecida, somente após a sua disseminação em diversos contextos. Inicialmente incompreendida por seus críticos, manteve-se firme em seu propósito e, tão logo sua mensagem de esperança para aqueles tempos tão sombrios se espalhava pelos meios os mais diversos possíveis, consolidou-se como uma possibilidade concreta de compreensão da humanidade, a qual enveredava perigosamente pelo risco da sua própria extinção. Reside aí sua atualidade: ao definir o ser humano enquanto liberdade, recoloca o futuro da humanidade em nossas mãos; seremos o que fizermos de nós mesmos.

Ao compreender o sujeito humano como um ser que se escolhe na relação com o mundo, com os outros, com os objetos ao seu redor, com o passado e com o futuro, retira toda e qualquer determinação que não seja relativa à sua própria liberdade de escolha. Nesse sentido é um ser histórico: ao mesmo tempo em que é constituído por essa historicidade, também é ele quem a faz, sendo responsável por sua trajetória.

O psicólogo existencialista é o profissional que à luz da teoria, busca compreender as condições concretas que levaram o sujeito ao sofrimento, e a partir de tal compreensão traça um plano de trabalho que consiste num conjunto de iniciativas que, via de regra, inclui outras disciplinas como neurologia, endocrinologia, pedagogia, nutrição, direito, economia, etc. Num esforço conjunto (muitas vezes com a família do paciente), o profissional de psicologia poderá trabalhar auxiliando-o a se conduzir rumo à superação de sua condição e de seu sofrimento, resgatando seu projeto e desejo-de-ser, o que vai possibilitar que se experimente, muitas vezes pela primeira vez, capaz de eleger-se criticamente no contexto de suas relações.

Por Marisa de S.Thiago Rosa


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *